José Pena Vila

José Pena Vila 


 Era Agostiniana Meu apelido era Zezinho, estudei no Colégio na época dos padres e conto algumas das lembranças dos bons tempos. Lembro-me do "Pepino", um colega meu que tinha uma bicicleta a motor e, sempre afoito, voava por cima do "mata-burro" à entrada do Grêmio se exibindo para os colegas, que atônitos viam a hora de ele se estatelar no chão morro acima e morro abaixo.

 Lembro-me também do "Manuelzinho" que morava no Desengano, que tinha uma motonetazinha verde, uma Gulivete, aquelas com a descarga comprida. Ele vinha a toda pela estrada até que o cano de escapamento fervia de tão quente e, ao chegar com sua marmita a tiracolo, ele inventava de dividir suas bananas com os amigos, assando-as no cano quase incandescente. 

Que delícia! Uma vez, na época do Frei Lauro, que era um homem alto e severo, durante a formação da fila indiana para sairmos do recreio, cometeu tal injustiça que rendeu a mim um par de camisas novas. Acontece que eu era tímido e estava quieto assistindo a meus colegas jogarem pião. Como o sol estava forte, coloquei uma pasta na nuca para proteger-me e o pião enroscou-se na corda e sua ponta fina veio a fincar-se em meu cotovelo levantado.

 Eu enxuguei o sangue na camisa e, mesmo me sentindo mal, cambaleante, segui a fila indiana para subir à classe, porém, Frei Lauro me agarrou pela orelha, torcendo-me para fora da fila e arrastando-me por elas até a piscina, e disse: " - Vou te jogar na piscina para você aprender a não vir com a camisa suja para o Colégio!" Ele não havia visto que aquilo era sangue. "Lelinho" correu vendo-me chorando naquela situação e explicou ao Frei o que havia se passado com o pião e o cotovelo. Frei Lauro não sabia o que fazer para se desculpar pelo engano. Ajudou-me, deixou-me ir para casa, mas eu bravamente dizia: " - Não, Frei, não quero perder a aula". 

No dia seguinte, fui logo explicando ao Frei que, como só tinha aquela camisa, minha mãe tinha tentado tirar a mancha de sangue, mas ainda tinha ficado um pouquinho. Frei Lauro, sensibilizado e arrependido pelo equívoco, mandou comprar uma camisa nova para mim. Jamais esqueci este fato e hoje conto isso com o coração cheio de emoção e saudade.

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