No campo da colonização do território capixaba, a trajetória histórica remonta de 1535, com a chegada dos portugueses, período de estabelecimento do sistema de capitanias hereditárias, com a finalidade de ocupação político-territorial e gestão econômica das terras brasileiras pela Coroa Portuguesa até o início do séc. XVIII.
Os limites da capitania do Espírito Santo foram definidos pela carta-régia de 1534, redigida pelo Rei D. João III, ao seu fidalgo, capitão e governador Vasco Fernandes de Coutinho, sendo o Rio Mucuri o limite ao norte, na Serra do Caparaó, e o Rio Itabapoana ao sul do ES. As terras mineiras onde se encontra a Serra de Caparaó pertenciam inicialmente à capitania do ES. Vasco, donatário a quem coube a capitania, chegou em 1535 e fundou a primeira povoação no dia da Festa do Espírito Santo, o que deu origem ao nome.
Porém, a situação começou a se agravar motivada pelos frequentes ataques de índios, prejudicando os engenhos, os algodoais, paralisando o comércio direto entre Vitória, Portugal e Angola, o que levou a capitania à penúria.
Em se tratando do Espírito Santo, encontravam-se na faixa costeira e em parte dos vales os índios do grupo linguístico tupi-guarani, os tupiniquins os tupinambás, e pelos Vales do Rio Doce, os do grupo Jê, genericamente, os Botocudos ou Aymorés. A resistência e hostilidade destes grupos foram motivos de atraso no avanço da colonização e consequente sustentação econômica da Capitania.
Com a relativa decadência da cultura açucareira e o descobrimento de ouro no sertão da colônia, a Coroa Portuguesa, tendo o controle da Capitania por falta de governantes locais hábeis, estabeleceu ordens para que não fossem abertos caminhos e estradas pelo interior da Capitania em direção às Gerais. A província do Estado do Espírito Santo encontrava-se praticamente isolada por causa do bloqueio marítimo imposto pelo reinado de D. João VI.
Manter-se-ia assim o isolamento do Estado, a fim de que não servisse de passagem ao contrabando de pedras preciosas e ouro das gerais, ouro abundante em vários rios, como o Rio das Velhas e o Rio das Mortes. A preocupação da Coroa se daria pelo motivo de que os produtos escoados realizavam-se "sem pagamento de direitos" e, portanto, achou-se conveniente instalar "uma agência" para fiscalizar e cobrar os devidos impostos. Com isso, as terras capixabas mantiveram por mais tempo suas matas virgens intactas, totalmente preservadas, além de parecerem ótimas para a nova lavoura de café que despontava em algumas províncias.
Na metade do século XVIII a capitania passou a ser encarada apenas como "defesa militar" pelo reaparelhamento de muitas fortalezas e fortes, inicialmente em Vitória, com intuito de proteger a capitania. Também foram criados quartéis próximos ao Itapemirim e o litoral.
As expedições começavam a se deslocar matas adentro, procurando terras para ocupar, explorar e viver.
Ao longo dos tempos, houve uma real participação indígena na colonização do território capixaba, resultante da contribuição jesuítica na catequese dos silvícolas. A situação se agravou com a expulsão dos jesuítas pelo Marquês de Pombal. O fulminante ataque dos Puris em 1771 fez os mineradores da região da Serra do Castelo a se refugiarem no baixo Itapemirim.
Em 1790, durante o governo do capitão-mor Inácio João Monjardim, a ligação marítima com o RJ e a BA revigorou a economia da capitania. Incentivou-se a cultura do linho e do cânhamo, além de exportar sacas e tecidos de algodão, madeira e os produtos tradicionais, como açúcar, milho e arroz, importavam sal, vinho, azeite, linhos e sedas. Sob administração de governantes capazes, estradas começaram a ser abertas, a população cresceu mediante os incentivos à colonização, ao comércio e à navegação entre capitais e a Europa.
Por essa dilatação do território pela costa, por volta do ano de 1620, formou-se Muribeca, grande fazenda jesuítica, montada na Planície de Muribeca, um aldeamento de índios próximo às primeiras cachoeiras do rio Itabapoana para catequização dos Puris e Botocudos. Os índios tupis eram poucos, vindos da Aldeia de Reriritiba (atual cidade de Anchieta/ES) para ocuparem o novo agrupamento, que sobreviveu precariamente por duzentos anos, chegando mesmo a sofrer alguns ataques dos Goitacases.
Existia uma capela pertencente à Missão de Muribeca, de onde saía todo o contrabando de ouro via Galeões Franceses que, sorrateiramente, ao cair da noite, ancoravam-se e partiam para o além-mar, como autênticos navios-fantasma. Os jesuítas mantiveram em segredo as Minas de Sant' Ana dos Castelos. Parece que existia em poder dos frades um mapa secreto, com a rota e o caminho para o ouro, vendido para alguém que tentou subir o Rio Doce logo depois das primeiras descobertas de ouro nas Gerais, mas que nada encontrou.
Pelos idos de 1921 o número de alunos superava duzentos e o Prof. Olympio Vianna foi contratado para dar reforço educacional aos moradores. Em 1922 sugeriu-se fundar o Colégio São Geraldo à Rua João Jacintho como melhoramento para a sociedade que crescia a fim de que as famílias não enviassem seus filhos para cidades longínquas muitas vezes de péssimo clima, em sistema de internato e externato, oferecendo curso primário, médio e secundário, além de o comercial, sob a direção do Reitor Prof. João Leite.
Em 1922, Elias Assad passou a dono do Cine Ideal. Neste ano passou a funcionar o Serviço Gratuito de Assistência Dentária para estudantes. Neste ano de 1922, Muqui ajudou financeiramente na construção da estátua do Cristo Redentor no Rio de Janeiro, arrecadando Rs 200:000$000 (duzentos contos de réis) através do projeto-lei enviado pelo Deputado Federal Geraldo Vianna. O monumento foi proposto em 1921 pelo Círculo Católico do Rio de Janeiro em comemoração ao centenário da independência do Brasil. O bispo D. Sebastião Leme coordenou uma comissão para arrecadar fundos junto à população. Em 1923, foi organizada a Semana do Monumento e no país inteiro as paróquias arrecadaram doações para a construção. No bairro do Cosme Velho no Rio de Janeiro, pessoas desfilavam com lençóis abertos onde o dinheiro era atirado das janelas e recolhido. O custo da obra foi de Rs 2.500:000$000 (dois mil e quinhentos contos de réis) hoje aproximadamente R$ 6 milhões de reais.
Como curiosidade, a Estátua da Liberdade em Nova York, ao contrário, consumiu 13 anos para sua execução, um milhão de dólares de custo, naquela época, e subvencionados por duas nacionalidades, enquanto o monumento do Corcovado foi construído em apenas 5 anos e à custa apenas de doações e ofertas espontâneas de brasileiros. Um particular das dimensões da estátua: a mão com a estrutura interna pesa 9 toneladas e fazendo-se o cálculo do peso de uma barrica de cimento, comum na época, que pesa 150kg conclui-se que foram necessárias 60 barricas só para a construção deste detalhe. O comprimento dos braços, de uma extremidade a outra, se a estátua fosse colocada no centro da Av. Rio Branco no RJ os dedos tocariam a fachadas antagônicas de tão longos. Somente a cabeça pesa 20 toneladas, um dos braços, 27 e a vestimenta, 270 mil quilos. A altura atinge 30m, excluindo o pedestal que tem 8m, onde há uma capela para 150 pessoas. A única estátua maior do que esta é a da Liberdade, com 4m a mais de altura.
O Cristo foi moldado no local, com doações do povo brasileiro. Foi utilizada a nova técnica da época, o concreto armado. É revestido de pequenas pastilhas de pedra-sabão que foram aplicadas e cimentadas na estátua depois de serem montadas em partes por cariocas na Igreja Nossa Sra. da Glória no Largo do Machado. Existe uma lenda que a estátua do Cristo foi doada pelos franceses ao Brasil, mas não é verdade. Foi idealizada pelo engenheiro, Heitor da Silva Costa, com colaboração de um calculista francês, um escultor polonês, Paul Landowsky, e um artesão que confeccionou a grande maquete, todos contratados pelo desafio técnico de construir-se uma estrutura de concreto armado pesando 1.145 toneladas naquele local. A inauguração do Cristo foi um acontecimento inesquecível para a época. Na noite de 12 de outubro de 1931, os cariocas ficaram de queixo caído quando as luzes que iriam iluminar a estátua foram acesas à distância, acionadas da Itália pelo inventor do telégrafo sem fio, Guglielmo Marconi.
Em 1923, fundou-se o Colégio São João, sistema de internato e externato, em um sobrado à Rua Cel. Luiz Carlos. Neste mesmo ano aconteceu a primeira grande reforma do Jardim Municipal e também foi inaugurado o calçamento das ruas, quando a fita inaugural foi cortada pela comitiva do prefeito bem em frente ao Palacete Bighi quando ainda no local estavam as duas casas geminadas primitivas, poucos anos antes de serem demolidas para dar lugar ao palacete.
Após a reforma do Jardim, em março de 1923, o Padre José Bernardino à sua inauguração lançou uma bênção sobre a pedra fundamental do então previsto Grupo Escolar Nestor Gomes em homenagem ao governador de 1920 a 1924 (porém que em 1925 recebeu o nome de Grupo Escolar Marcondes de Souza, acompanhada de uma porção de argamassa de cimento em uma tampa de granito que encerrava um exemplar de o "Muquyense" e outro da revista "A Primavera" e algumas moedas, evento solenemente aplaudido.
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