História do Grêmio



História do Grêmio

Em abril de 1935, Dr. Dirceu fundou no Salão Nobre do Ginásio Municipal de Muquy o Grêmio Litterario e Recreativo “Euclydes da Cunha” na presença de várias autoridades da época, quando o Prof. José Victorino, o primeiro Presidente, fez uma exposição sob Euclides da Cunha, originando assim a tradição de uma palestra literária para iniciar as sessões, como se faz até a presente data. Em seguida, todos os alunos, impreterivelmente, apresentavam um verso, uma dança ou uma canção, tradição que também se mantém até os dias de hoje. Toda sessão era e é aberta ao som do Hino Nacional e fechada ao som do Hino do Colégio.

O Grêmio do Colégio tornou-se a mais pujante organização escolar do Estado com vários departamentos e regular funcionamento. Uma grande escola de civismo e ótima preparação para a vida pública. Visava estimular a vida intelectual e social dos alunos. Mantinha um jornal, banco escolar, serviço de alto-falantes e speaker, diretorias esportivas, biblioteca, sala de sessões, tipografia, etc., sendo que o Presidente era responsável pela arrecadação total, numa prova de confiança, a fim de que distribuísse adequadamente os gastos para cada atividade buscando o melhor resultado. Nos primeiros tempos as reuniões ocorriam de 15 em 15 dias no Salão Nobre, aos sábados, passando depois a semanais. O aluno tomava parte nas sessões por designação do Presidente do Grêmio.

Em 1936, o segundo Presidente foi o Prof. João Batista Vieira Bastos; em 1937, o Dr. Dirceu Cardoso. Em 1938, tomou posse como Presidente do Grêmio o primeiro aluno, Nicolau Deps, que assumiu o posto passando-o somente a alunos eleitos pelos colegas e não mais para professores como até então. Deps permaneceu por duas gestões seguidas. Os nomes dos presidentes do Grêmio, até o Jubileu de Prata, estão listados para consulta.

Os Presidentes eram eleitos depois da preparação eleitoral, apresentando chapas que traziam nomes como “Chapa da Saudade”, “Chapa Euclides da Cunha”, “Chapa do Partido Estudantil Muquiense” e outras. Lançavam sua candidatura através de comíssios, boletins e campanhas pelo serviço de alto-falantes. O Colégio era dividido em seções eleitorais, seguindo a Lei conforme a Lei Eleitoral vigente no país, elegendo-se mesários e culminando com a votação secreta seguida pela contagem dos votos. A apuração se verificava imediatamente, presidida pelo Diretor, e o resultado proclamado pelos alto-falantes logo a seguir.

O Grêmio também prezava o conhecimento e a arte. Em 1936, foi organizada a Maratona Intelectual. Também foram organizados os Torneios de Oratória com prêmios de viagem a outros estados. No 4º aniversário, em 1937, foi fundado o 1º. Órgão oficial de imprensa do Colégio, o jornal “O Grêmio”, sendo seu primeiro Diretor o Prof. João Batista Vieira Bastos (1ª. turma de formandos) e redator-chefe, o aluno Mário Afonso da Silva (2ª. turma de formandos). Nos anos seguintes, o Jornal foi dirigido somente por alunos e editado na tipografia interna com equipamento gráfico completo.

Em 1948 candidatou-se à Presidência a chapa “Atômica”, após preparar comícios, propaganda nos alto-falantes, em boletins, como mandava a tradição. Foram hasteadas as bandeiras de todas as nações americanas e das Nações Unidas. A Diretoria ofereceu um banquete para a melhor turma do ano. No Dia da Saudade, 30 de novembro de cada ano, o jornal “O Grêmio” circulou com os nomes dos formandos mais aplicados, os mais comportados, os melhores declamadores, oradores, os melhores cronistas, os melhores times, os maiores conhecedores de música clássica, o melhor locutor do Serviço de Alto-falantes, a melhor Colônia do ano, etc.

Até 1949, o Grêmio costumava emprestar o equipamento do Serviço de Alto-falantes para a cidade, mas sempre era devolvido com defeito e faltando alguns discos e, em razão disso, foi posta uma nota em “O Município” dizendo que a partir daquela data a aparelhagem não mais seria emprestada sem exceção.

O Gymnasium coberto foi inaugurado para as Olimpíadas de 1950, separado do Prédio Principal, para abraçar os jogos de vôlei e basquete. Mais tarde passou a servir para aplicar as provas, onde os alunos se posicionavam sentados nas carteiras, intercalando-se entre as diferentes séries, tanto paralela como perpendicularmente, para evitar qualquer tentativa que fosse de “cola”, na presença atenta de três professores e de um inspetor escolar. As sessões do Grêmio também deixaram de acontecer no Salão Nobre e foram transferidas para o Gymnasium, passando a ser chamado de Grêmio propriamente dito no decorrer dos anos.

Vide nas fotos as várias fases de crescimento das palmeiras plantadas à frente do prédio, desde seu plantio em pequenas mudas, depois de médio porte, até cortarem os céus azuis do bairro da Boa Esperança.

Em 1952, no cinqüentenário de Os Sertões de Euclides da Cunha, o Presidente da época, Roberto Carvalho, lançou o Concurso literário para apurar o melhor trabalho sobre Os Sertões. Em 1955, já na Era Agostiniana, candidataram-se as chapas: “Olímpica”, “Quatrocentão” e “Rubro-negra”. O Colégio apresentou pela primeira vez na história do Colégio uma candidata mulher, a normalista Norma Fraga, que foi a 3ª colocada com votação bem significativa. A Rainha dos estudantes neste ano foi Maria Luiza Mendonça, filha do casal Moacir Mendonça.

As sessões do Grêmio ocorriam como foi dito anteriormente semanalmente. Havia no final do ano a sessão solene de encerramento do ano, chamado “Grêmio da Saudade”, também conhecido como Dia da Saudade, mencionado várias vezes em Cronologia das Atividades. Esta sessão tinha lugar sempre nos dias 30 de novembro. Era quando as turmas de formandos recebiam os novatos em clima de festa, quando emocionados e perfilados, em alas que se intercalavam após o hasteamento da bandeira sob o hino nacional, se despediam como já citamos em outros subitens deste relato.

Esta tradição foi mantida na Era Agostiniana e, em razão de novembro ser uma data próxima ao mês de férias, de Natal, de transferências, de exames, época muito conturbada para as famílias em geral, já na era estadual foi sugerido que o Encontro mudasse para o meio do ano para que o evento não sucumbisse pela correria da modernidade. Assim, o Grêmio da Saudade ou Dia da Saudade passou para o terceiro final de semana de cada ano, como acontece até os dias de hoje, o que levou a Associação em 2006 a entrar para o Livro de Recordes por ser a entidade de ex-alunos que mais promove encontros initerruptos com o intuito de matar a saudade dos velhos e gloriosos tempos do Colégio... e como dizem os mais entusiastas: - “E para não ver nada”!

Na Era Estadual, o Grêmio passou a ser chamado de Centro Cívico Escolar Euclides da Cunha. Na Semana da Pátria de 1973 promoveram os Jogos Olímpicos Internos do Centro Cívico, primeiro evento esportivo após a nova diretoria do ex-Grêmio Euclides da Cunha ter sido eleita.

Durante 1973, Renato Bettero, Presidente do Centro Cívico Escolar, depois de ter acompanhado a triste demolição do complexo do Colégio, além de ver sendo aterrados a piscina olímpica e o campo de esportes por ordem implacável do Prefeito da época para construção do Ginásio Polivalente naquele local, viu os tratores vindo rapidamente em direção ao prédio do Grêmio, engolindo a quadra de basquete ao lado. Rapidamente recrutou seus companheiros que, de mãos dadas, bravamente formaram uma barreira humana ao redor do mesmo, defendendo-o da destruição que se fazia iminente, enquanto correu à cidade registrando a ocorrência, evitando assim que também o Grêmio fosse posto abaixo. Renato ainda guarda o documento deste registro para comprovar sua atitude.

O prédio ficou abandonado por algum tempo e foi reformado pela Associação dos Ex-alunos com a parceria da Prefeitura, quando fizeram praticamente uma réplica do original. Depois disso as aulas foram ali administradas quando da interdição do Colégio. As aulas foram transferidas para outros locais e o salão do Grêmio, como continua a ser chamado carinhosamente, ainda serve para sessões, haja vista que no último dia 21 de julho ali foram recebidas várias autoridades durante a Assinatura do Protocolo de Intenções para que o Convênio entre a Secult e a Associação dos Ex-alunos venha a abrigar o Museu do colégio e da cidade, tão esperado por todos.

A nova diretoria da Associação, eleita em 2007, na pessoa de Erly Bueno Rodrigues, sua Presidente, escreveu um ofício para o Conselho de Cultura do Município, pedindo o tombamento do Grêmio para que seja salvaguardada a memória dos grandes tempos do Colégio, uma vez que todos os órgãos municipais e estaduais não estão medindo esforços para preservar todo o rico patrimônio do sul do Espírito Santo e especialmente da nossa cidade menina, a cidade dos casarões.

O Grêmio resiste até hoje! Obrigado, Renato, obrigado, ex-alunos!

Ali ficou de pé um pouco da nossa História. Assim é que se formam homens!

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