Cronologia de Atividades

Já em 1933 , foi organizado pelos alunos e professores o Peteca Gravatá Clube , dirigido pela Presidente, Profa. Clélia Perlingeiro, Secretária, Profa. Irene Matoso e Tesoureiro , Antonio Tâmara, que logo de início já contava com 50 sócios, organizando competições de futebol e basquete temporariamente treinados no espaço do Sport  Club Comercial da cidade.

Em 1935 , constituiu-se o Curso Científico , construiu-se a piscina olímpica de água de nascente, sob o patrocínio do então Prefeito Avides Fraga , os campos de futebol, vôlei, basquete, salto em altura, em distância, arremesso de peso, de disco, etc. formando um completo campo de esportes sob um bambuzal imponente.

Em 1935 Dr. Dirceu Cardoso também fundou o Grêmio Litterário e Recreativo "Euclydes da Cunha ". Em 1936 , foi instituída a Bandeira do Colégio , em vermelho, com um M em branco no centro e criado o Hino do Colégio "Avante Mocidade" , cuja letra foi escrita por Dr. Sena Campos e música por Felício Toledo (letra disponível para consulta). Também em 1936 foi fundada uma biblioteca na sala da Diretoria.

Em 1937 , foi instituída a Medalha de Ouro "Euclydes da Cunha" que premiou pela primeira vez Maria Agmar Henriques de Mendonça, por méritos no ano letivo e as medalhas de prata e bronze subseqüentes, também conhecidas como Cruz Dourada para o segundo lugar e Cruz de Ferro para o terceiro lugar. As Medalhas de Honra traziam nomes de diversas personalidades históricas e ilustres.

Também foi fundado em 1937 o primeiro órgão oficial de imprensa do Colégio o jornal " O Grêmio ", editado pelos alunos e controlado pelo presidente do Grêmio, que teve como primeiro diretor o Prof. João Batista Vieira Bastos e o redator-chefe, Márcio Affonso da Silva.

Em 1938 , foram instaurados os debates lítero-esportivos entre as turmas e escolas vizinhas. Os alunos deveriam estudar profundamente sobre temas que seriam debatidos através de perguntas e respostas, como por ex. "Grécia e Roma" onde todos deveriam estar afiados tanto sobre Grécia como sobre Roma para poder contra-argumentar e vencer o adversário.

Nesta data, também foi organizada uma excursão de trem para a inauguração da Ponte sobre o Rio Itabapoana e outra para Miracema para uma solenidade cívica todos impecavelmente uniformizados sempre com luvas e boinas para o evento cívico.

Em 1940 , foi fundado o jornal "A Quarta Série" , opositor ao jornal "O Grêmio" , escrito pela 4a. série daquele ano, pelos alunos Ketty Cirillo, José Poubel, Senithes G. Morais, Antonieta Mello, Zilah Lomba, Nélson Valim, Delma F. Nery, Maurita Rodrigues, Ilza França, Átila Affonso, Clarice e Ma. da Glória Fragoso, Antônio Ganhoto Neto e outros.

Em 1943 , foi reconhecido como Colégio pelo Governo Federal e pelo decreto 11.968 passou a chamar-se Colégio Municipal de Muqui , com os cursos Primário, Admissão, Ginasial e Colegial (Normal e Científico).

A chamada Reforma Francisco Campos constituiu-se na primeira iniciativa de organização nacional da educação brasileira. Através de seu conjunto de decretos ficaram sistematizados diferentes graus e etapas de ensino, dentre eles, o Ensino Secundário. Nível intermediário entre o antigo primário e o ensino superior, tal grau, hoje, compreenderia a escolaridade de 5ª série do Ensino Fundamental até 3ª série do Ensino Médio.

Em 1942 , a reforma que ficou conhecida como Reforma Capanema deu nova organização ao Ensino Secundário, criando o ginásio de quatro anos e os cursos clássico e científico de três anos, nos termos da Lei Orgânica (Decretos-Lei No.4244 de 1942 e 1945).

Em 1944 foi fundado o Curso Comercial de Técnico em Contador , com Guilherme Cirillo como professor da área de Contabilidade ao lado de outros colegas. Os alunos da primeira turma do Curso Comercial foram: Roberto Mignone, Ketty Cirillo, Risette Dutra, Adilson Soares, Francisco Gomes, Reusa Rodrigues Botelho e outros.

Também em 1944 , aconteceu a Primeira Olimpíada Colegial organizada pela Casa do Estudante Capixaba em Vitória, quando o aluno Luiz Carlos Tinoco do 2º. Científico foi o Campeão do Concurso de Oratória.

Em 1947 , foi criado um Banco Escolar interno, com o caixa funcionando na sede do Grêmio, com a finalidade de os alunos guardarem e movimentarem suas quantias, mensalidades ou mesadas, enviadas pelas famílias, também dirigido por alunos.

Também em 1947 , foram inauguradas a Tipografia e a Biblioteca do Colégio no prédio central, esta última montada com as melhores coleções literárias. Da mesma forma foi montada uma Lavanderia com aparelhagem completa para uso do Colégio, a fim de que toda a roupa não precisasse ser deslocada para as lavadeiras. Dr. Dirceu fundou mais tarde, em janeiro de 1951, o primeiro Parque das Lavadeiras " Da. Minervina" para prestar auxílio às lavadeiras da cidade.

Nos fins dos anos quarenta, foi montada a Praça Cívica , no centro do pátio principal, com serviço de alto-falantes , onde em datas comemorativas subiam ao ar bandeiras do Brasil e de nações americanas em 24 mastros, além de as do Colégio e do Estado, ao som da banda de tambores e de músicas clássicas e de óperas que soavam da " Rádio Interna " nas horas de laser. Este setor era comandado pelo " speaker ", um aluno responsável pela escolha das músicas e da edição dos recados no ar. O acervo ainda mantém dezenas de discos de vinil tocados na época, cuja relação está disponível para consulta.

No 15º aniversário do Colégio, em 1948, havia alunos inscritos de 46 cidades vizinhas. Quatro mil alunos haviam se matriculado até então e mais de 120 professores diplomados.

Com a interrupção da edição do jornal "O Grêmio" fundado em 1935, os alunos do 1º. Científico lançaram o jornal " O Repórter ", em 1947, cujo Diretor Expedito Cardoso e redatores, Hélia Barros e Chicrala Kesen, davam ênfase à candidatura do Diretor da Escola, Dr. Dirceu Cardoso, como candidato a Prefeito. Também anunciaram que "O Grêmio" havia voltado às suas atividades, sendo que em 1955 ganharam um moderno mimiógrafo na gestão do então presidente do Grêmio, Robert Secchin.

Em novembro de 1949, houve um "Dia da Saudade" , como ainda é chamado o dia do encontro dos ex-alunos, porém antes o dia da despedida dos veteranos e da chegada dos novos. Um espectador encantado enviou nota para o jornal "O Município" elogiando o Grêmio ao assistir à solenidade de despedida dos alunos que deixavam o Colégio, percorrendo o pátio interno entre as alas dos alunos que permaneciam, depois de os melhores alunos de cada turma hastearem as bandeiras do Brasil e do Colégio e as dos países americanos. Seguia-se a cerimônia de entrada dos alunos do admissão que começariam o curso, acompanhados de suas madrinhas, marchando garbosamente por entre as filas dos veteranos, sob animada salva de palmas.

Neste dia, dois netos do Colégio hastearam a bandeira: Maria Luiza Albuquerque e Danilo Affonso Cúrcio. Os alunos internos enfileirados recebiam e serviam um grande café da manhã para todos os externos. Após o desfile pela cidade, dirigido pelo então Presidente do Grêmio, Alcino Paraguassu, com pelotões dirigidos pelos melhores alunos que traziam nomes de figuras históricas, houve sessão solene do Grêmio. No Salão Nobre o externato recepcionou os alunos do internato que foram chamados em ordem alfabética das respectivas Colônias, sendo que recebiam a saudação pelo aluno mais velho mediante a resposta do aluno mais novo.

Também neste dia foram postas as placas de mármore em homenagem aos melhores alunos de 1948 e 1949, aos Presidentes do Grêmio de 1948 e 1949 e ao speaker (Jan Wronski; Gesualdo Saldino; Expedito Cardoso; Alcino Paraguassu ; Ivo Abrahão - vide placas na Galeria de fotos). Romanita Nogueira da Silva foi a melhor aluna de 1950. Dr. Dirceu homenageou Gesualdo Saldino, de Alfredo Chaves, que ganhou a Medalha de Ouro "Ruy Barbosa" em comemoração ao seu centenário, e os melhores alunos do Fundão oferecendo um jantar em sua residência.

Em 1949, os alunos que comandavam os pelotões das Bandeiras eram os alunos recebedores de Medalha de Honra ao Mérito e, os porta-bandeiras, alunos que se destacavam durante o ano. O comandante foi Alcino Paraguassu, o Presidente do Grêmio, e a Banda de Tambores formou-se sob as ordens de Helilton Paes. Todo dia 30 de cada mês, eram afixados no pátio os Quadros de Classificação de todos os alunos, além da aposição de enormes quadros de aplicação das turmas nas suas respectivas salas de aula. A cerimônia de leitura das notas contou com a presença do Diretor que elogiou a Profa. Edith Afonso Ferreira, professora de Trabalhos Manuais pela confecção dos mesmos.

Na Páscoa de 1950, houve um grande churrasco para os alunos do Colégio. Mais tarde, na semana da Pátria de 1950, na Era Dirceu Cardoso, houve um grande marco para o Colégio, a Olimpíada Estadual , que abrilhantou a trajetória dos Esportes no Estado, e em 1954 a Olimpíada de Colatina, já na Era Agostiniana, durante as quais os alunos do Colégio sobressaíram na maioria das modalidades.

Infelizmente, mas heroicamente, diante da tragédia da grande tromba d' água que assolou Muqui em 23 de novembro de 1950, os alunos do Colégio tiveram papel destacado no serviço de salvamento dos desabrigados, mostrando desprendimento, nobreza e heroísmo, juntamente com Dr. Dirceu que lutou bravamente para alojar e alimentar o povo atingido pela tragédia, apelando para os Prefeitos das cidades vizinhas, que prontamente colaboraram.

Depois de duas horas de chuva initerrupta e forte, as águas se precipitaram das gargantas estreitas arrastando tudo, toras, pedras e animais, moles de terra desciam pelas encostas, o rio mudou seu curso para a avenida principal em um quadro dantesco. Dois metros de água dentro das casas e estabelecimentos comerciais cobriam qualquer pessoa, sendo que muitas tentaram salvar-se saindo pelo forro das casas. Se a catástrofe tivesse acontecido à noite, certamente o número de vítimas teria sido indescritível. O prejuízo foi incalculável.

Em 1951, o então Prefeito Manoel Lobato contemplou 35 alunos carentes com matrículas gratuitas no Colégio além das permanentemente oferecidas, enquanto Dr. Dirceu, já Deputado Federal, fazia um projeto-lei para oferecer matrículas gratuitas a alunos menos favorecidos para que pudessem freqüentar o curso ginasial em todo estado. No Dia de Muqui, em 1951, o batalhão escolar do Colégio desceu em desfile pela cidade em seus belos uniformes.

Conta carinhosamente um aluno que ingressou no Colégio em 1951, Gilson Dutra da Fonseca Lamas, que até hoje um fato não lhe sai da cabeça sem que inicie um ataque de riso. Com todo respeito que ainda mantém pelos mestres, não poderia deixar de citar uma gargalhada que deu em pleno protocolo, sem conseguir se conter, quando da visita da imagem de Na. Sra. de Fátima que, em sua peregrinação pelo mundo, na ocasião em que o terceiro segredo havia sido revelado, passou também por Muqui, ao redor de 1955.

Um professor de origem italiana iniciou um discurso com seu leve sotaque que ainda trazia, tomado de grande emoção: " Óóóó, Virgem de Fááátima!!! Óóóó, Virgem Santa!! Óóóó, Santa Milagrosa.... Eu que também vim da Península Ibééérica ...." isso foi o suficiente para que Gilson tivesse um acesso de riso no meio da platéia. Até hoje ao contar o fato Gilson se desmancha em risadas, pois diz que engraçou na ocasião: " Deste jeito, a Santa acaba contando seu segredo!" Outro aluno lembrou de outro fato engraçado. Este mesmo professor estava sentado em uma cadeira com assento de tiras e uns de seus alunos amarraram um barbante na trava e enquanto ele fazia a chamada alguém foi por debaixo da cadeira e acendeu o barbante cuja chama foi subindo até esquentar os seus fundilhos, que gritou ao chefe de disciplina: - " Ó, Átila, queimaaaaram-me !!"

Gilson contou também que Magno era ajudante da cozinha e que ele o imaginava um homem forte e corajoso, manipulando aqueles enormes panelões de um lado para o outro, enquanto cantava com sua linda voz sempre a mesma canção: " Torei o pau, Eu mesmo fiz a gamela, Eu mesmo roubei a moça, Eu mesmo me casei com ela"!! Porém, adulto, quando voltou ao Colégio nos Encontros dos Ex-alunos, conheceu Magno e percebeu que uma criança enxerga seus mitos de forma grandiosa, muitas vezes estas pessoas sendo amistosas e inofensivas. Gilson também cantarolou uns versinhos que os internos cantavam sobre a cozinheira Vitalina, debochando da comida que ela preparava. Dr. Dirceu deixou em Gilson uma frase marcada para sempre, a qual ele mantém fielmente no visor do seu celular: "Seja guerreiro!"

Também relembraram que Dr. Dirceu costumava usar ternos de linho branco ou de casimira inglesa azul-marinho e, para os alunos, a cor dos mesmos sinalizava o seu humor. Quando Dr. Dirceu usava o branco era melhor maneirar, pois já previam que o dia não ia ser para brincadeira. Ele chegava de mansinho pisando nas grossas solas de borracha de seus sapatos "Souto" para pegar as travessuras dos alunos em flagrante. Era comum os internos amarrarem um lençol ao outro para fazerem uma "corda" para descerem dos dormitórios e irem roubar cocos no vizinho, Sr. Felipe Marques.

Em 1952, a Congregação Mariana de Muqui sugeriu que se criasse um time de futebol dos marianos chamado "Juventude Mariana" sendo que Dr. Dirceu cedeu os campos de esporte para os treinos que eram realizados às 4as. feiras às 16 h e aos domingos, às 9h.

O desfile escolar de 1952 foi coroado por um belíssimo desfile formado pelo Pelotão de Bandeiras Olímpicas, pelo Pelotão das Bandeiras Americanas e das Nações Unidas e mais 12 pelotões, carregando denominação de ilustres personalidades, todos comandados pelos melhores alunos de cada turma. A Banda de Corneta esteve sob o comando do aluno Leônidas Cunha e a Banda de Tambores sob o comando de Cristóvão de Martino.

Cada desfile saía de sua referida escola. Os alunos com as melhores notas esperavam ansiosamente para ocupar seus cargos de comando em frente aos pelotões. O Colégio de Muqui, por ficar distante, no alto da Boa Esperança, armava seus batalhões lá em cima no pátio com isso percorrendo o maior trajeto, sendo que as balisas faziam evoluções por muito mais tempo pela extensão do percurso.

Desciam pela Rua João Jacinto, passando pela frente do Grupo Escolar, subindo a rua da igreja, a famosa rua de cima, até o final na Praça da Bandeira, onde retornavam garbosamente pela Avenida Vieira Machado, sob os aplausos da população, ou atrás dos cordões de isolamento ou acotovelada nas janelas, até a frente do palanque na Praça Geraldo Viana, completando uma enorme volta pela cidade, onde exibiam sua marcha e evoluções para as autoridades presentes. Os desfiles eram esperados por toda a cidade por serem grandiosos e extremamente bem ensaiados. O vibrante som dos tambores era ouvido num eco distante que lentamente se aproximava e o povo curioso já se posicionava para assistir a esperada parada escolar.

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